eu sou a manina do mar - J. Pedro Martins
uma janela se lançava ao mar
naquela tarde sem mergulho
pois chovia
pedras tilintavam na vidraça escorregadia
um céu cinza que ao sol cobria
a areia servia de colchão às conchas
os pés, delirantes nadadeiras,
galgavam o piso frio
de lá pra cá,
de cá pra lá
na insensatez de sereia
que no silencio da chuva
queria como canto uma simples
poesia
rosangela a.